quarta-feira, setembro 08, 2004

PROPÓSITO

Falar, sim, menos, tentando dizer mais, tendo cuidado com a prática do receituário: além da verdade estar em cada um, eu ainda pouco sei sobre a minha.

Procurar fazer mais, sempre, e de forma cada vez mais incisiva, contundente, visceral: se é para saltar, que seja de cabeça.

Saber ouvir e respeitar a opinião dos outros, mas não depender dela, nem depender da aprovação e do aplauso para se sentir justo e feliz.

Nunca desejar que a minha verdade seja única. Jamais imaginar que o meu conhecimento e a minha sabedoria sejam tais que dispensem discussões: nenhuma verdade pode ter a pretensão de ser plena.

Ver a divergência de opiniões como eterna oportunidade de crescimento.

Aprender tanto com o que deve ser evitado como com o que é digno de ser referencial.

Não basta ter o que falar e estar com a razão: é necessário pressentir se o teor da minha fala é adequado para aquele momento e para aquela platéia.

Prejulgar só o estritamente necessário, permitindo-me contínuas reformulações.

Aceitar o estágio atual de conscientização, de inteligência, de evolução e o grau de discernimento de cada um.

Evitar mobilizar energias negativas baratas: pequenas doses de raiva, de ódio, de ciúme.

Não sofrer por antecedência e não adiar nem estender o tempo da aflição.

Permitir-se errar: após a necessária reflexão sobre o erro, conceder-me o direito do perdão. Fazer do erro o aprendizado e da humildade a grande lição de sabedoria.

L.A.C.